sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pequena Opinião: Braga Romana [Bracara Augusta]



Acho estas actividades extremamente interessantes para a população local ou de fora. Estas iniciativas ajudam bastante a que a comunidade comece a demonstrar um maior interesse pelo conhecimento do passado e a ter mais vontade de perceber o comportamento das antigas civilizações e comunidades pré e proto-históricas.



Por outro lado, estas começam a sentir despertar em si a curiosidade pela descoberta dos sítios arqueológicos e a ter maior percepção do porquê de pessoas como nós, futuros arqueólogos, estudarmos o passado.Apenas queremos transmitir, dar a conhecer a nossa história, a origem de muitas tradições que permaneceram como que imunes ao tempo até hoje, queremos dar a conhecer o nosso património.





Autoria: Vítor, Joana & Kat

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Citânia Viva: 23.05.2010



"No próximo dia 23 de Maio (domingo), terá lugar na Citânia de Briteiros mais uma Citânia Viva, actividade de recriação histórica, organizada em conjunto pela Sociedade Martins Sarmento e Casa do Povo de Briteiros, com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães.

A recriação começará pelas 12.00 de Domingo, 23 de Maio, com um almoço castrejo, a decorrer na recepção da Citânia, onde será servido caldo de castanhas, pão com carne assada, favas e queijo de cabra, cerveja e vinho. Pelas 15 horas, lugar à encenação do Conselho dos Anciãos no antigo edifício do conselho comunitário. Uma hora mais tarde, pelas 16, é a vez de assistirmos aos exercícios de treino dos guerreiros castrejos. A Citânia Viva termina pelas 17 horas, com a reconstituição de um ritual fúnebre proto-histórico.

A recriação histórica da Citânia Viva pretende reconstituir alguns cenários da vida política, militar e cultural das comunidades proto-históricas que habitaram sítios como a Citânia de Briteiros no início da Romanização, por volta do século I a. C.

No presente ano, a Citânia Viva contará com a colaboração do Agrupamento Vertical de Escolas de Briteiros, da Associação Juvenil "Citânia", do Agrupamento de Escuteiros de Briteiros, Associação Jovem Cooperante Natureza/Cultura (JovemCoop), Equipa Espiral (Associação Humanitária, Cultural e Recreativa de Braga) e Associação para o Desenvolvimento das Comunidades Locais. Reuniu-se assim um conjunto de cerca de 50 figurantes que irão vestir os papéis de habitantes da Citânia, entre guerreiros, anciãos e camponeses. Inclui-se também a presença de legionários romanos.

A entrada é livre, limitada às necessidades de segurança e preservação da Citânia de Briteiros."


Arqueólogo Gonçalo Cruz


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Citânia de Briteiros

Museu da Cultura Castreja
Solar da Ponte
S. Salvador de Briteiros, Guimarães
Portugal
Tel. (00 351) 253 478 952

Sociedade Martins Sarmento
Instituição de Utilidade Pública fundada em 1881

http://pedraformosa.blogspot.com
http://www.csarmento.uminho.pt

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Arte Rupestre destruída em Donim

Nota da Direcção da Sociedade Martins Sarmento:

"Na freguesia de Donim, no concelho de Guimarães, existe um importante núcleo de gravuras rupestres, localizado no fundo do vale que se abre entre o monte da Citânia de Briteiros e o monte de Santa Iria (Póvoa de Lanhoso), tem um incalculável valor histórico, científico e arqueológico. O local foi identificado, a 6 de Novembro de 2006, no jardim de uma pequena moradia daquela Freguesia.

No contexto de elaboração de uma publicação científica, técnicos da Sociedade Martins Sarmento dirigiram-se recentemente ao local para realizarem um conjunto de fotografias das gravuras visíveis nas rochas. Encontraram totalmente destruídos dois painéis de gravuras, e parcialmente destruído um terceiro painel, de maiores dimensões. Este último painel foi afectado pela construção de um muro de cimento, enquanto que os dois primeiros foram destruídos recorrendo ao balde de uma máquina escavadora, sem qualquer motivo que aparentemente pudesse justificar uma destruição por mera ingenuidade. As gravuras mais expressivas, nomeadamente uma notável representação de um zoomorfo (cavalo), foram simplesmente destruídas. Supõe-se, ainda que sem certeza, que parte do painel semi-enterrado sob o relvado do jardim ainda conserve superfícies gravadas, nomeadamente por detrás do muro construído.

O cenário encontrado no local foi verdadeiramente desolador, revelando um acto de destruição gratuita. Muitos dos motivos gravados são associáveis a outros núcleos existentes na zona, dispersos pelas freguesias de Donim, Santo Estêvão e S. Salvador de Briteiros. A figura zoomórfica destruída era, até à data, a única conhecida na região, sendo raras as representações conhecidas de animais, particularmente de cavalos, nas gravuras rupestres em suporte granito.

A Direcção da Sociedade Martins Sarmento condena com veemência este acto de puro vandalismo, que destruiu representações milenares de incalculável valor científico, patrimonial e simbólico. Tendo em conta a gravidade do referido acto, foi o mesmo comunicado à Câmara Municipal de Guimarães e ao Igespar."

Visite: http://pedraformosa.blogspot.com/

sábado, 26 de setembro de 2009

Citânia de Briteiros

A Citânia de Briteiros é uma das estações arqueológicas que adquiriu popularidade na Arqueologia devido a um conjunto de factores extraordinários, no contexto português. Foi descoberto no século XIX por Francisco Martins Sarmento e já desde este período até à actualidade, tem sido alvo de grande procura e de investigação.

Este sítio arqueológico conserva diferentes períodos de estudo, desde o Neolítico Final até a Idade Média. Este último período referido, existe apenas vestígios de uma ermida medieval e uma necrópole de inumação localizada na acrópole, porém não existe vestígios de habitação da citânia neste período. Mas, a ocupação proto-histórica na II Idade do Ferro reveste maior monumentalidade do local.

O urbanismo proto-histórico, o contexto ambiental, a interpretação da arte rupestre, as tecnologias e recursos económicos do povoado, a romanização e o abandono da Citânia, o estudo dos balneários públicos e os espaços privados são características representativas deste povoado, que vários investigadores tentam interpretar por vezes de formas diferentes, a reconstituição de um dos maiores povoados do Noroeste Peninsular.

Situa-se na freguesia de S. Salvador de Briteiros, concelho de Guimarães, localizando no cume do Monte de S. Romão, tendo uma altitude máxima de 336m. A Citânia ergue-se num relevo em esporão, na qual possui um amplo domínio visual sobre o curso de médio do rio e as serras de Cabreira e do Gerês. A Nordeste e Sudoeste, avistam-se os castros de Santa Iria e de Sabroso; a poente a serra do Sameiro e o Monte de Santa Marta das Cortiças; e a nascente defronta povoados proto-históricos de pequena dimensão: Santa Maria do Souto, Gonça, São Salvador do Souto, Pranzis e Penselo.

Contêm uma extensão máxima de 24 hectares, conservando um sistema defensivo de três ordens de muralha, complementando com uma quarta linha a Nordeste. As muralhas são poligonais e irregulares.

Às estruturas habitacionais, pode-se verificar de forma generalizada, casas de forma circular sendo característica de arquitectura proto-histórica do noroeste peninsular, no entanto verifica-se em algumas unidades habitacionais casas rectangulares assemelhando-se a uma Domus Romana. Na actualidade, sabe-se que as unidades habitacionais correspondiam a famílias extensas, e provavelmente as unidades situadas na plataforma superior eram ocupadas pelas famílias mais eminentes. No ponto mais simbólico da Citânia, sabemos que essa unidade era a Casa de Coronero, filho de Câmalo, na qual durante as escavações de Sarmento recolheu-se bastantes elementos arquitectónicos decorados.

Após visitar a Citânia, aconselho ainda a visitar o Museu da Cultura Castreja, onde acolhe todo material resultante das intervenções arqueológicas da mesma e de outros castros.

Aconselho a todos a viajar o passado proto-histórico deste local! Não iram arrepender!

LEMOS, Francisco; CRUZ, Gonçalo (2006). Citânia de Briteiros: programa de investigação e valorização do monumento. FORUM nº 39. Braga: Conselho Cultural da Universidade do Minho
LEMOS, Francisco; CRUZ, Gonçalo (2007). Citânia de Briteiros – Povoado proto-histórico. Guimarães: Sociedade Martins Sarmento

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Estação Arqueológica de Santa Marta das Cortiças - Braga


«A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UAUM) e a paróquia de Esporões querem que o Estado se envolva no projecto de recuperação da Estação Arqueológica de Santa Marta das Cortiças, em Braga. A ideia é reabilitar uma extensa área classificada desde os anos 50 onde existem vestígios que remontam à Idade do Bronze. Os arqueólogos da UM desenvolveram, ao longo do último ano, um plano de recuperação do sítio arqueológico que pretende tornar o local visitável.

"O objectivo é valorizar a importância histórica e cultural do sítio", explica Luís Fontes, coordenador do estudo. O responsável antecipa, no entanto, um longo caminho até à concretização do projecto. "É necessário um esforço de mobilização de diversas entidades, a começar pelo Estado", alerta.

"Sem esse apoio, torna-se impossível concretizar um projecto que não é apenas interessante para a paróquia, mas para a cidade e o país", acrescenta o pároco de Esporões, João Torres.

O estudo já foi apresentado ao Ministério da Cultura, através da Direcção Regional de Cultura do Norte, que o classificou como "interessante" e "adequado" ao sítio. No entanto, os primeiros contactos permitiram antecipar dificuldades para encontrar o financiamento necessário junto da tutela. Igreja e universidade estão, por isso, concentradas na tentativa de sensibilização do Ministério da Cultura para a importância do local onde estão identificados, entre outros achados, os alicerces de uma basílica paleocristã e de um palácio que alguns investigadores acreditam ter sido uma residência dos reis suevos. Outro dos parceiros necessários à recuperação do monte de Santa Marta é a Câmara de Braga, que já demonstrou interesse em associar-se à iniciativa, admitindo vir a apresentar uma candidatura a fundos comunitários que permitam financiar a obra.

Uma vasta área, desde o Hotel da Falperra à Capela de Santa Marta, tem classificação de interesse público desde os anos 50, mas o espólio arqueológico identificado permanece debaixo de terra. A UAUM propõe que se realizem escavações em diversos pontos do monte de Santa Marta. Estes locais devem depois tornar-se visitáveis. No local, a universidade entende que deve ser criado um centro interpretativo que dê a conhecer aos visitantes as várias ocupações que o monte teve ao longo de vários séculos. As escavações realizadas ao longo das últimas décadas permitiram descobrir vestígios de muralhas suevas e de um castro da proto-história. As últimas sondagens feitas no local demonstram, aliás, que a ocupação do monte remonta à Idade do Bronze Final.»

Fonte: Público - Samuel Silva, 17/09/09